Síndrome de Guillain-Barré

A Síndrome de Guillain-Barré (SGB) é uma doença de início agudo e que acomete o sistema nervoso periférico, causando alterações da sensibilidade, força e do sistema respiratório. Normalmente acontece uma única vez na vida do paciente.

Os sintomas dos pacientes podem ter início com alteração de sensibilidade nas pernas e braços, com evolução ascendente para o tronco. Há dois achados muito importantes para o diagnóstico: fraqueza progressiva (em mais de um membro e relativamente simétrica) e alteração dos reflexos, que podem estar abolidos ou reduzidos. O acometimento respiratório está envolvido em cerca de 30% dos casos e causa maior risco ao paciente.

A causa desta doença é uma “confusão” do sistema imunológico, que passa a considerar células normais do sistema nervoso como células invasoras, criando anticorpos e consequentemente causando disfunção neurológica. É por esse motivo que a SGB pode ser desencadeada após uma infecção (como diarreia e resfriado) ou vacinação.

O diagnóstico envolve a avaliação da história clínica do paciente, exame neurológico clínico, eletroneuromiografia e punção lombar para coleta de líquor. A história natural da doença é de um quadro de alteração da sensibilidade e da força, com progressão dentro de até 4 semanas e normalmente sem alterações urinárias ou fecais. A eletroneuromiografia mostra o acometimento do sistema nervoso periférico, que chamamos de polirradiculoneuropatia. Também é por meio deste exame que classificamos a doença nos seus subtipos. O exame do líquor mostra um aumento de proteínas, sem achados que sugiram infecção, estando as células de defesa (leucócitos) mantidas dentro da normalidade.

O tratamento agudo é feito usualmente com o paciente internado, que recebe uma medicação venosa (imunoglobulina) em ambiente de terapia intensiva (UTI) devido ao risco de comprometimento respiratório. Alguns dos pacientes necessitam de outras abordagens terapêuticas, como a troca do plasma (plasmaferese) e suporte ventilatório. A história natural dessa doença é de boa evolução, após 6 meses a maioria dos pacientes está recuperada

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